quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Brasil, país olímpico?
O norueguês Thor Hushovd acaba de se tornar campeão mundial de ciclismo de estrada. A Noruega se apresentou para o mundial em Melbourne, Austrália, com três ciclistas, mesmo numero de vagas que o Brasil, e consideravelmente menos que as grandes potências do ciclismo (Espanha, Itália, Bélgica ...)
Todos os anos têm a mesma batalha por vagas, lutando para conquistar pontos no ranking. Em 2008 tivemos toda a indignação de não ter vagas, gritando que os estrangeiros vencem nossas provas e levam nossos pontos.
Pois bem, este ano CBC só 'mandou' Murilo Fischer e Márcia Fernandes. Pelo que pude entender os dois foram 'com as bicicletas nas costas', sem nenhum tipo de equipe de apoio [Apenas o mecânico Pablo Sani]. Depois de ler o Twitter do Murilo deu para ver a total falta de estrutura dos atletas, que tiveram que alugar material, assistir reuniões técnicas e contratar pessoal, enquanto atletas de outras seleções estavam nas devidas massagens e jantares. Murilo só teria conseguido ir dormir a 1h da manhã, sendo a prova as 10h. O resultado não poderia ser outro, abandonar a prova antes do final.
Tenho certeza que Hushovd, que será companheiro de equipe de Murilo em 2011, teve o tratamento que um atleta de elite merece e que a seleção norueguesa foi com staff completo, não forçando seus atletas a desempenhar funções de dirigente. Mesmo número de vagas, atitudes totalmente diferentes, desempenhos radicalmente diferentes.
A única justificativa para não enviar o time completo é falta de verba. E nem mesmo esta desculpa serve. Planejamento mínimo, busca de patrocínios, entidades político-desportivas, qualquer fonte serve. É o esporte brasileiro sendo representado no maior evento da categoria. A equipe que participaria da Copa do Mundo de Supercross também teve um 'fim' semelhante, com a viagem para a Franca cancelada na última hora. Essa tem sido uma tônica nas modalidades do ciclismo nacional.
É esta a preparação do esporte brasileiro para as olimpíadas de 2016? Na hora que os esportes deveriam entrar em alta, quando a divulgação deveria ser máxima, 'optamos' pela autoexclusão? Vamos ser participantes na festa olímpica ou vamos somente emprestar a casa e nos esconder na cozinha?
Parabéns ao Murilo e à Márcia pela garra.
Por Cristiano da Rocha
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